domingo, 27 de dezembro de 2009

A Parede e a Espada

"Entre a parede e a espada, me atiro contra a espada"


A espada que me irá, se deus quiser, sangrar a carne.
Me fará sentir dor novamente,
depois da dormencia gelada do meu corpo.
Hanseniase quando adormece a alma.
Hoje preciso me atirar contra a espada,
cortar os meus pulsos, e assim, me sentir vivo.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Quando o fim estiver proximo, quero poder cantar essa canção, e dizer: Eu fiz do Meu Jeito



My Way
Nina Simone

And now, the end is near and so I got to face
The final curtain, girl
Friends I say clear and state her case of which I'm uncertain
I've lived a life that's full of travelled each and every highway
And more, much more than this, I did it my way

Yeah, regrets, I've had a few
But then again, who feel to me uncertain.
I did what I had to do and saw it through without exemption
I planned each other course, each careful footstep along the byway,
Yeah, and more, much more than this,
I did my way

Yes, there were times, I'm sure you know
When I did all much more than I could do
But threw it all, when there was doubt, on everyday
And it's not enough, I faced it all
And as big as all did my way.

Oh, I've laughed and cried, had my fill my share of losing
And now, as tears subside, counted also music
To think like the old lad
And may I say not in a sky away,
Oh, no no no, You're not me, I did it my way.

What is a man, what have he got
If not himself, and he had not to may the things
He truly feels not words of one for use
With that shows, I took the blows and did it my way

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Ojas



Não fossem as coisas belas, a vida seria um quarto fechado e pequeno, de paredes grossas e sem janelas. Talvez com uma pequena porta que não levaria a lugar nenhum.
A vida é uma fuga. Uma folha caiu no lago da praça, formou-se uma onda circular, lembrei de algo de Clarice Lispector: "Um dia uma folha me bateu nos cílios. Achei Deus de uma grande delicadeza”. É quando respiro. Amanhã procuro a minha fuga em outro verso, ou na beleza da prata que eu tanto admiro, até mesmo em outra folha que dessa vez entra na minha casa trazida pelo vento e repousa na cabeceira. A beleza de viver está em quais folhas observamos.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Olhos de Ressaca - Curta Metragem



Particulamente o curta que eu mais gostei na Mostra Curta Pará de 2009. Emocionante ver que pra uma historia ser contadada não necessariamente fatos concretos necessitam serem narrados, não tão somente esses fatos, mas os olhares e os toques, as palavras e gestos que expressam sentimentos avulsos, nos estimulam a reconstituir o amor deles de forma mais certa.


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Terezinha (Composição: Chico)



O primeiro me chegou como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens e as vantagens que ele tinha
Me mostrou o seu relógio, me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada que tocou meu coração
Mas não me negava nada, e assustada, eu disse não.

O segundo me chegou como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente tão amarga de tragar
Indagou o meu passado e cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada que arranhou meu coração
Mas não me entregava nada, e assustada, eu disse não

O terceiro me chegou como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada também nada perguntou
Mal sei como ele se chama mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama e me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro e antes que eu dissesse não
Se instalou feito um posseiro dentro do meu coração

"Na duvida de qual deles devemos ser, caimos na fatidica resposta:
sejamos nós mesmos, pois então."

.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Adriana



Sempre quis colocar algo da Adriana no meu blog. Essa foto está perfeita. Vem "vambora" na minha cabeça. Perfeita.
Amo Adriana Calcanhotto.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Seeeerá?


E é assim que me sinto quando estou contigo: somos o fogo, chamas altas, de um blrilho lindo, dançamos com o vento, descobrimos novas formas, e novas cores a cada dia.

domingo, 1 de novembro de 2009

Pensamento


A dúvida não existe. Existe o medo de seguir, ou a desculpa para trilhar o caminho errado.

sábado, 17 de outubro de 2009

"Amigos" do onibus


Uma noite de diversão imprevista, quebra de rotina, confiando minha alegria a pessoas fora do meu intimo, correndo riscos e oferecendo a minha face ao imprevisivel.
Um momento de instabilidade nos leva a atitudes de delírio, buscando por algo, uma fuga, uma estopa que preencha um vazio.
Um terceiro desconhecido me julgou, outros ainda me julgarão, eu me julguei, mas não me arrependo de nada.
Pensem que essa é a minha rotina, pensem que sou louco, que ando nos bares, que não falo dos meus medos, que sou fútil, pensem o que quiserem. Acho que sou um cara legal!

sábado, 19 de setembro de 2009

Henri Cartier Bresson.

"Fotografar... É colocar na mesma linha de mira...
A cabeça, o olho e o coração."


.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Pierrot de Palha


Essa noite, um pierrot chorou,
Tão belo, elegante e distraído...
Chorou pelas flores que secaram
para alimentar seu coração de palha.


.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Contra Capa


"Agora o braço, não é mais o braço erguido num grito de gol.
Agora o braço é uma linha, um traço, um rastro espelhado e brilhate.
E todas essas figuras são assim, desenhos de luz, agrupamentos de ponto, de partículas, um quadro de impulsos, um processamento de sinais.
E assim dizem, recontam a vida. Agora retiram de mim a cobertura de carne, escorrem todo o sangue, afinam o ossos em fios luminosos. E ai estou pelo salão, pelas casas, pelas cidades parecida comigo. Um asco, uma forma nebulosa fita de luz e sombra, como uma estrela. Agora eu sou uma estrela!"

Saiu na contracapa do disco "Trem Azul" de Elis
Essa mulher realmente era demais.
Lamento nao ter vivido em sua época,
mas me alegro por ela viver em minha vida.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Nina

Nina Simone
Cantora de jazz e soul, famosa pelas suas músicas de direitos civis e interpretações de gospels, baladas e canções de George Gershwin. Uma das grandes referências do jazz, a cantora Nina Simone serviu de inspiração para muita gente - vide Norah Jones, o mais novo ícone jazzy da música pop, que não titubeia ao mencionar a cantora como uma de suas principais influências.
Nos últimos anos, a cantora veio se sustentando com o slogan "A única diva viva do Jazz em atividade", ou algo nesse gênero. Encarar auto-referências de uma maneira tão desencucada nunca foi problema para Nina Simone, que tornou-se mundialmente conhecida por seu temperamento forte e seu posicionamento quase sempre controverso. Um mito da música, defensora dos direitos civis nos Estados Unidos e absolutamente contrária à discriminação racial, Simone não só contribuiu para o compêndio musical no mundo, como também constituiu figura importante no cenário político do seu país de origem.

Eunice Kathleen Waymon (seu nome real) nasceu na cidade de Tryon, na Carolina do Norte, EUA, no dia 21 de fevereiro de 1933. Sexta filha de oito irmãos, Simone é mais um daqueles casos nos quais a competência artística é mais forte do que a própria falta de condição financeira - a mãe, empregada doméstica, e o pai, mestre de obras. Menina-prodígio que era, aos quatro anos de idade já tocava piano e cantava ao lado das quatro irmãs no coro da Igreja Metodista dirigida pela mãe.

Aos dez anos de idade (1943), apresentou-se, pela primeira vez, ao piano, numa biblioteca pública da cidade. Foi nesta apresentação que Simone seria introduzida à sensação ambígua que viria a sofrer, anos a fio, por toda sua carreira: aplausos e racismo caminhando juntos, de mãos dadas, inexplicavelmente. Persistente em seus sonhos, Simone recebeu ajuda de seu professor de música e pôde dar continuidade aos estudos.

O talento peculiar valeu à cantora uma vaga na prestigiada Escola de Música de Julliard, em nova York, onde estudou piano. Sua educação artística já foi, em si, um pontapé inicial para sua determinação destacada no meio musical em prol das minorias - pode-se chamar de "milagre" o fato de Simone ter conseguido ingressar no conservatório de música 1) por ser negra, 2) por ser de família simples, 3) por ser, acima de tudo, mulher. O destino fazia sua parte - o resto coube à ela. Que não decepcionou.

Conciliando sonho e realidade, Simone abdicou da dedicação integral à sua carreira de pianista clássica para cantar em um clube de Atlantic City - alguém precisava ajudar a sustentar a casa. Graças a este evento, a cantora não ficou enfurnada (para nosso delírio) nas capas de vinil de "discos para iniciados", colocou o vozeirão no jazz e adquiriu seu célebre nome artístico: Nina, que vem do castellano "niña", a pequena, e Simone, inspirada na atriz francesa Simone Signoret.

Em 1959, grava seus primeiros discos para o selo "Bethlehem", mostrando seu talento como cantora, compositora e pianista. Artista completa que era, seus primeiros trabalhos já foram responsáveis pela consolidação de clássicos inesquecíveis: a interpretação de "I Love you Porgy", de Ira e George Gershwin, imortalizou-se em sua voz e fez com que vendesse mais de um milhão de cópias do seu primeiro disco, "Little Girl Blue"; as músicas "Ne me quite pas" e "My baby justa cares for me" são, hoje, difíceis de serem imaginadas na voz de qualquer outra intérprete.

Do coro da Igreja, passando pela educação em música clássica, culminando nas noitadas em bares e clubes, o repertório de Nina Simone não poderia ser mais farto: jazz, gospel, blues, soul, música clássica e canções populares se misturaram de uma forma única, um bricabraque musical cujo amálgama era, sem sombra de dúvida, seus estilo e voz inconfundíveis. Seu jeito inconfundível de tocar piano, por exemplo, influenciado pelo mestre do swing, Duke Ellington, permeia todas as suas canções: ela migra, com destreza, de silêncios e pausas para o rompante de arranjos fortes, ásperos, elegantemente "desarrumados", jogados.

A controvérsia está posta até mesmo em sua aversão ao título "musa do jazz": É o título que todo branco concede, piedosamente, aos cantores negros - diria ela. Talvez por isto, Nina Simone tenha se aventurado a experimentar de tudo um pouco, provando e remodelando os mais variados estilos musicais: gravou "Suzanne", de Leonard Cohen; "Here Comes the Sun", dos Beatles; "My Sweet Lord", de George Harrison, além de ter gravado, em 1990, com Maria Bethania.
Em paralelo à carreira musical, Nina Simone colocou-se à serviço do povo americano, utilizando a notoriedade que conseguiu com a música para brigar por alguns direitos universais. Em 1963, por exemplo, compõe "Mississippi Goddamn", uma canção-protesto contra a opressiva situação dos negros norte-americanos nos Estados Unidos (nota: a canção foi composta depois do célebre evento numa escola para negros do Alabama que foi bombardeada).

Surgiram outras canções de protesto como "Four Women", pelos direitos femininos, cuja veiculação foi proibida nas emissoras de rádio na Filadelfia e nos Estados Unidos; "Backlash Blues", poema de Langston Hughes musicado; e "Young, gifted and Black", canção inspirada no Movimento Panteras Negras (do qual era militante), e que acabou virando hino afroamericano. Em 1969, farta do racismo nos EUA, Nina renunciou sua nacionalidade em respeito ao assassinato do líder pacifista Martín Luther King. em 1974, muda-se para Barbados e, durante os anos seguintes, viveu em vários lugares - Suíça, Paris, Holanda -, até acomodar-se na França, onde passou boa parte de sua vida.

Já em 1984, a canção-tema de seu primeiro disco, "My Baby Just Cares For Me", foi resgatada graças ao comercial de um perfume da Chanel. Em 1989, publicou sua primeira e única auto-biografia - "I Put a Spell on You" -, que foi traduzida para vários idiomas. Nina deixou uma filha, Lisa Celeste, que atua na Broadway, mas que é conhecida por Lisa Simone.

Nina Simone morreu na França aos 70 anos, em 21 de abril de 2003. A voz rasgada e de timbre áspero certamente deve ter tirado o sono tanto dos fãs quanto dos empresários de selos e gravadoras: faleceu em sua casa e em plena atividade.



Pianista, cantora, personalidade que claramente pode ser percebida na sua arte.
Acima de tudo, uma estrela, mas nunca uma diva do Jazz, como ela mesma não gostava de ser titulada.

domingo, 6 de setembro de 2009

Leona Assassina Vingativa

Nazaré tedesco e Paola Bracho ficaram no "chinelo" perto da mais nova vilã.
Direto das quebradas do Jurunas, bairro humilde de Belém do Pará, Leona ou melhor Leandro Olin ganhou espaço com a repercução dos vídeos da serie Leona Assassina Vingativa.
O video é muito engraçado, vale a pena dar uma olhada.



"Sua aleijada hipócrita, você que acabar com a minha vida?"

domingo, 30 de agosto de 2009

Designers


"Nossa trajetória nos proporcionou momentos inesquecíveis que, certamente, nunca sairão de nossas memórias. Momentos de superação, alegrias, tristezas, descobertas. E depois de tantos aprendizados, não somos mais os mesmos, pois todas essas experiências se misturaram ao que já existia, contribuindo para a formação dos profissionais que se formam neste momento solene."

Obrigado a todos que fizeram parte dessa minha jornada. Especialmente aqueles que permanecem na minha vida. Formado!!! aceite... kkk

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Ney Matogrosso

Se canto sou ave, se choro sou homem: se planto me basto, valho mais que dois!
Quando a água corre, a vida multiplica, o que ninguém explica é o que vem depois...
(Ney Matogrosso)

sábado, 27 de junho de 2009

Fico Assim sem Voçê - Para Helen

As vezes tudo o que queremos é encontrar uma forma de sermos interpretados, esse video pouco diz de mim, mas quando vi a emoção nos seus olhos ao assisti-lo eu entendi que de alguma forma ele te passou o que eu queria falar.

Casa no Campo - Elis Regina


Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Estudante de Arquitetura




Cheguei a cursar dois dias o curso de Arquitetura e Urbanismo, infelizmente meu sonho teve de ser adiado por mais seis meses. No entanto me sinto feliz pelos motivos tao nobres dessa abdicação. Fica o video "Estudante de Arquitetura" como meu compromisso para o proximo semestre.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O xangô de Baker Street


"Seus pés mal tocam o chão molhado. A capa dá-lhe a aparência de um enorme abutre planando na chuva... o pássaro indefeso e a ave de rapina. Ele quer encontrá-la de frente. Sabe que a mulher não tem saída, o próximo cruzamento é somente na rua dos Inválidos. Ele gira à direita e voa em direção ao outro entroncamento. Ofegante, colado ao muro da última casa da esquina, ele avista sua vítima. Esconde a adaga sob a capa, como a muleta de um toureiro, e aguarda. Carolina de Lourdes só tem tempo de estender as mãos, tentando inutilmente proteger-se. A lâmina atravessa-lhe as palmas e penetra no pulmão. Ele arranca a faca e golpeia de novo a moça, uma, duas, cinco, quinze vezes. Carolina já está morta no solo quando ele se ajoelha, abre-lhe o ventre até o esterno, arranca o fígado ainda quente da menina e o esfrega no próprio rosto, sofregamente. Lambe e aspira o orgão viscoso. Não experimenta repulça, pelo contrário, o cheiro adocicado de sangue faz com que ele tenha um violento espasmo de prazer. Sente-se exaurido. Ainda não é desta vez que come a carne do pecado. Prefere esperar, pois sabe que a melhor iguaria só é servida ao final do banquete. Quase delicadamente, ele recoloca a víscera gotejante no abjeto rasgão,depois, num gesto tornado mecânico pela rotina, decepa as orelhas da infeliz, guarda-as no bolço e puxa o violino pendurado ao cinturão. Tira fora mais uma corda, o lá, a terceira do instrumento, e executa a tétrica cerimônia de colocá-la sobre o púbis da jovem. Afasta-se, então, dedilhando um pizzicato na última corda que lhe resta. Na rua, a chuva lava o sangue da pobre mulher caída na calçada, braços abertos em cruz, com as mãos perfuradas, como as chagas de Cristo."

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Retrato de Mãe



Uma simples mulher existe que,
pela imensidão do seu amor,
tem um pouco de Deus,
e pela constância de sua dedicação
tem um pouco de anjo;
que, sendo moça, pensa como uma anciã
e, sendo velha,
age com todas as forças da juventude;
quando ignorante,
melhor que qualquer sábio
desvenda os segredos da natureza,
e, quando sábia,
assume a simplicidade das crianças.

Pobre, sabe enriquecer-se com a felicidade dos
que ama e, rica, empobrecer-se para que seu
coração não sangre, ferido pelos ingratos.

Forte, entretanto, estremece ao choro duma
criancinha, e fraca, não se altera
com a bravura dos leões.

Viva, não sabemos lhe dar o valor
porque à sua sombra todas as dores se apagam.

Morta, tudo o que somos e tudo que temos
daríamos para vê-la de novo,
e receber um aperto de seus braços
e uma palavra de seus lábios.

Não exijam de mim que diga o nome dessa mulher,
se não quiserem que ensope de lágrimas este álbum:
porque eu a vi passar no meu caminho.

Quando crecerem seus filhos,
leiam para eles esta página.
Eles lhe cobrirão de beijos a fronte,
e dirão que um pobre viandante,
em troca de suntuosa hospedagem recebida,
aqui deixou para todos o retrato de sua própria mãe.