"Entre a parede e a espada, me atiro contra a espada"
A espada que me irá, se deus quiser, sangrar a carne. Me fará sentir dor novamente, depois da dormencia gelada do meu corpo. Hanseniase quando adormece a alma. Hoje preciso me atirar contra a espada, cortar os meus pulsos, e assim, me sentir vivo.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Quando o fim estiver proximo, quero poder cantar essa canção, e dizer: Eu fiz do Meu Jeito
My Way Nina Simone
And now, the end is near and so I got to face The final curtain, girl Friends I say clear and state her case of which I'm uncertain I've lived a life that's full of travelled each and every highway And more, much more than this, I did it my way
Yeah, regrets, I've had a few But then again, who feel to me uncertain. I did what I had to do and saw it through without exemption I planned each other course, each careful footstep along the byway, Yeah, and more, much more than this, I did my way
Yes, there were times, I'm sure you know When I did all much more than I could do But threw it all, when there was doubt, on everyday And it's not enough, I faced it all And as big as all did my way.
Oh, I've laughed and cried, had my fill my share of losing And now, as tears subside, counted also music To think like the old lad And may I say not in a sky away, Oh, no no no, You're not me, I did it my way.
What is a man, what have he got If not himself, and he had not to may the things He truly feels not words of one for use With that shows, I took the blows and did it my way
Não fossem as coisas belas, a vida seria um quarto fechado e pequeno, de paredes grossas e sem janelas. Talvez com uma pequena porta que não levaria a lugar nenhum. A vida é uma fuga. Uma folha caiu no lago da praça, formou-se uma onda circular, lembrei de algo de Clarice Lispector: "Um dia uma folha me bateu nos cílios. Achei Deus de uma grande delicadeza”. É quando respiro. Amanhã procuro a minha fuga em outro verso, ou na beleza da prata que eu tanto admiro, até mesmo em outra folha que dessa vez entra na minha casa trazida pelo vento e repousa na cabeceira. A beleza de viver está em quais folhas observamos.
Particulamente o curta que eu mais gostei na Mostra Curta Pará de 2009. Emocionante ver que pra uma historia ser contadada não necessariamente fatos concretos necessitam serem narrados, não tão somente esses fatos, mas os olhares e os toques, as palavras e gestos que expressam sentimentos avulsos, nos estimulam a reconstituir o amor deles de forma mais certa.
O primeiro me chegou como quem vem do florista Trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche de ametista Me contou suas viagens e as vantagens que ele tinha Me mostrou o seu relógio, me chamava de rainha Me encontrou tão desarmada que tocou meu coração Mas não me negava nada, e assustada, eu disse não.
O segundo me chegou como quem chega do bar Trouxe um litro de aguardente tão amarga de tragar Indagou o meu passado e cheirou minha comida Vasculhou minha gaveta me chamava de perdida Me encontrou tão desarmada que arranhou meu coração Mas não me entregava nada, e assustada, eu disse não
O terceiro me chegou como quem chega do nada Ele não me trouxe nada também nada perguntou Mal sei como ele se chama mas entendo o que ele quer Se deitou na minha cama e me chama de mulher Foi chegando sorrateiro e antes que eu dissesse não Se instalou feito um posseiro dentro do meu coração
"Na duvida de qual deles devemos ser, caimos na fatidica resposta: sejamos nós mesmos, pois então."
E é assim que me sinto quando estou contigo: somos o fogo, chamas altas, de um blrilho lindo, dançamos com o vento, descobrimos novas formas, e novas cores a cada dia.
Auto Retrato
No retrato que me faço
-traço à traço-
às vezes me pinto nuvem
às vezes me pinto árvore
As vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembranças
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão
e, desta lida em que busco
-pouco à puco-
minha eterna semelhança
no final, que restará?
um desenho de criança...
corrigido por um louco